A origem do macacão vermelho e dos barris que marcaram gerações
Antes do Super Mario, havia Donkey Kong
Caríssimos leitores deste blog, hoje vamos voltar no tempo — quase 45 anos atrás — para resgatar a história de dois personagens muito queridos no universo dos videogames, agora mais relevantes do que nunca. Muito antes de “It’s-a me, Mario!”, o encanador mais famoso do mundo enfrentava um gorila raivoso jogando barris num jogo de arcade que revolucionaria o mundo dos videogames. Em 1981, nascia Donkey Kong, a gênese de duas das maiores franquias da Nintendo. Ao lado dele, uma trilogia de jogos foi lançada nos arcades que estabeleceria novas bases para a narrativa, jogabilidade e criatividade no design de games.
Donkey Kong (1981): O Começo de Tudo
Lançado originalmente para fliperamas, Donkey Kong foi um marco histórico. Criado por Shigeru Miyamoto, esse jogo introduziu um conceito inédito para a época: a ideia de contar uma história dentro de um jogo. Aqui, o jogador assume o papel de Jumpman (futuro Mario), que precisa resgatar sua namorada Pauline das garras de Donkey Kong, um gorila que se tornou símbolo da cultura pop.
Principais inovações que o jogo trouxe:
- Primeiro jogo de plataforma a usar o pulo como mecânica principal.
- Introdução de personagens icônicos e estrutura narrativa.
- Mecânica de obstáculos em movimento: barris, plataformas e escadas.
O sucesso foi estrondoso e estabeleceu o primeiro passo da jornada que se tornaria a Nintendo como conhecemos hoje.
Curiosidade Extra: Donkey Kong quase foi... Popeye!
Isso mesmo! Recentemente, pesquisando para um vídeo lá no canal do YouTube — onde a Conversa de Gibi era sobre a HQ do Popeye — me deparei com essa curiosidade que pouca gente conhece. O jogo Donkey Kong nasceu de um projeto que originalmente usaria personagens licenciados do desenho animado Popeye. A ideia da Nintendo era simples: Popeye subiria estruturas para resgatar sua amada Olívia Palito das garras de Brutus, lançando obstáculos pelo caminho.
Entretanto, a empresa não conseguiu a tempo os direitos para uso dos personagens. Diante da recusa, Shigeru Miyamoto redesenhou os protagonistas: Popeye virou um sujeito bigodudo chamado Jumpman, Brutus virou um gorila gigante chamado Donkey Kong e Olívia foi substituída por Pauline.
Esse "plano B" não apenas deu certo — ele criou dois dos personagens mais importantes da história dos games e lançou a carreira de Miyamoto como gênio criativo da Nintendo. Curiosamente, mais tarde a Nintendo conseguiu os direitos de Popeye e lançou um jogo com os personagens clássicos, mas esse não teve nem de longe o mesmo impacto que Donkey Kong teve.
Às vezes, um "não" é o empurrão que a criatividade precisa para criar algo original e revolucionário.
Donkey Kong Jr. (1982): quando o herói vira vilão
No ano seguinte, a Nintendo inverteu os papéis. Em Donkey Kong Jr., Mario assume o papel de vilão e o jogador controla o jovem filho de Donkey Kong numa missão para libertar seu pai da prisão. O jogo apresenta novos elementos de jogabilidade, como subir e descer cipós e evitar armadilhas móveis.
O que tornou esse jogo único foi:
- Introdução de novas mecânicas verticais com vinhas e cordas.
- Inimigos variados com padrões de comportamento distintos.
- Uma história com sequência direta ao jogo anterior.
Essa virada narrativa surpreendeu os jogadores e reforçou a ousadia criativa da Nintendo em experimentar diferentes perspectivas dentro de uma franquia.
Donkey Kong 3 (1983): um jogo de tiro no jardim
Donkey Kong 3 trouxe uma mudança drástica no estilo da franquia. Neste título, o encanador foi substituído por Stanley, o jardineiro (o bigodudo já estava ficando muito aparecidinho nos jogos dos outros, né?), que precisa proteger suas flores de insetos e do próprio Donkey Kong, agora pendurado no centro da tela.
Diferenciais desse título:
- Gênero de tiro com inspiração em jogos como Galaga (um dos maiores sucessos na época).
- Protagonista inédito e foco em mecânica de spray repelente.
- Estilo arcade com pontuação e repetição de fases com dificuldade crescente.
Embora menos popular que seus antecessores, DK3 tem um charme próprio e representa uma ousadia em sair do modelo plataforma para testar novas formas de diversão.
Curiosidades e bastidores
- Processo Judicial: A Universal Studios processou a Nintendo por suposta semelhança entre Donkey Kong e King Kong — e perdeu, pois a obra já estava em domínio público.
- Cranky Kong: O Donkey Kong original dos arcades, com o tempo, foi rebatizado como Cranky Kong, o avô do atual DK nos jogos mais recentes.
- Donkey Kong Jr. foi um dos primeiros jogos a mostrar que narrativas podem evoluir em sequências.
- Stanley nunca mais protagonizou um jogo principal, tornando-se um personagem cult nos círculos de fãs.
Conclusão: Uma trilogia que mudou tudo
A trilogia clássica de Donkey Kong não só revelou o talento de Shigeru Miyamoto, como estabeleceu os alicerces da cultura gamer moderna. Ela apresentou personagens que viriam a ser lendas, experimentou novas formas de contar histórias e divertiu milhões de pessoas nos fliperamas ao redor do mundo.
Mesmo hoje, quase 45 anos depois, os ecos desses jogos ainda ressoam em títulos modernos da Nintendo — e no coração dos fãs que jogaram com fichas e controles de dois botões.
Você já conhecia essa primeira trilogia de Donkey Kong? E as curiosidades que envolvem a série? Já jogou? Vale a pena conferir. Comenta aí o que achou e vamos trocar ideias. Não deixe de conferir o vídeo no canal do Youtube e seguir as redes sociais. Cadastre-se, comente e compartilhe. A gente se vê no próximo post. Forte abraço.
Marcos Antônio
HQ Pixel.art