Os quadrinhos estão por toda parte: nas bancas (não tanto quanto a duas décadas atrás), nas telas dos cinemas, nas estantes dos colecionadores, nos memes da internet. Mas por trás das aventuras coloridas e das onomatopeias explosivas, existe um universo rico em história, curiosidades e transformações culturais. A série “Você Sabia?”, que publicamos nas redes sociais do HQ Pixel, traz pílulas visuais sobre esse vasto universo. Agora, vamos aprofundar essas informações com mais contexto e algumas surpresas que talvez você ainda não conheça. Vamos lá!
Mangá é quadrinho – mas quadrinho não é (apenas) Mangá
Muita gente ainda se confunde ao achar que “mangá” é um gênero de história em quadrinhos. Na verdade, mangá é a palavra japonesa para quadrinhos – qualquer tipo de quadrinho, seja ele de ação, romance, drama ou comédia. No Japão, até histórias infantis e tirinhas de jornal são mangás.
No Ocidente, o termo acabou se consolidando para se referir ao estilo gráfico e narrativo japonês, geralmente publicado em preto e branco, com leitura oriental (da direita para a esquerda) e com um forte apelo emocional e estético. Mas é importante lembrar: todo mangá é um quadrinho, mas nem todo quadrinho é um mangá.
Curiosidade: O termo “mangá” foi popularizado no século XIX por artistas como Hokusai, que usava o termo para designar esboços e desenhos humorísticos. O que hoje conhecemos como mangá moderno surgiu mesmo após a Segunda Guerra Mundial, com obras como Astro Boy de Osamu Tezuka.
Os gibis dos Super-Heróis no Brasil vieram tarde
No Brasil, as histórias em quadrinhos chegaram ainda no final do século XIX, com as tirinhas publicadas em jornais, como as de Angelo Agostini. Mas os super-heróis — ícones da cultura pop americana — só vieram conquistar as bancas brasileiras décadas depois da estreia nos Estados Unidos.
Enquanto o Superman estreava em 1938 e o Batman em 1939, por aqui o acesso era limitado. Só nos anos 1950 e 60, com a expansão das editoras como a Ebal, é que tivemos uma avalanche de títulos de super-heróis. Antes disso, o que dominava os “gibis” nacionais eram personagens humorísticos, folclóricos e tiras europeias.
Curiosidade: A palavra “gibi” surgiu do nome da revista homônima publicada pela editora Globo em 1939. O termo se popularizou tanto que virou sinônimo de história em quadrinhos no Brasil.
A Marvel já existia antes da Marvel
Antes de se chamar Marvel Comics, a famosa editora de Stan Lee se chamava Timely Publications. Foi lá que, ainda nos anos 1930, surgiram personagens como o primeiro Tocha Humana (um herói flamejante) e Namor, o Príncipe Submarino.
Somente nos anos 1960, com o surgimento do Quarteto Fantástico, Homem-Aranha e X-Men, a editora passou a adotar oficialmente o nome Marvel Comics e a criar o seu famoso “universo compartilhado” com heróis interagindo entre si.
Curiosidade extra: O primeiro Tocha Humana não era o Johnny Storm dos anos 60, mas um robô que pegava fogo ao entrar em contato com o ar! Criado por Carl Burgos, ele foi um dos primeiros super-heróis da chamada Era de Ouro dos quadrinhos.
O Brasil já teve quadrinhos de terror de sucesso
Muito antes das adaptações de Sandman e outras HQs sombrias ganharem o streaming, o Brasil já cultivava seu gosto pelo horror nos quadrinhos. Nos anos 1950 a 70, editoras como La Selva, Outubro e Taika publicavam antologias de terror, muitas com artistas nacionais de alto nível.
Revistas como Histórias Macabras, Mestres do Terror e Calafrio marcaram época e revelaram talentos que mais tarde fariam carreira também em outros gêneros. Algumas dessas obras circulavam de forma quase artesanal e ganharam status de cult ao longo do tempo.
Curiosidade: Entre os artistas dessa época, destaca-se Jayme Cortez, considerado um dos mestres do desenho de terror no Brasil. Ele ajudou a moldar uma identidade visual própria para o horror nacional.
Por que conhecer essa história importa
Estudar a história dos quadrinhos é mais do que uma viagem nostálgica. É uma forma de entender como diferentes culturas representam suas ansiedades, sonhos e valores ao longo do tempo. Quadrinhos não são apenas entretenimento – são documentos culturais vivos.
A série “Você Sabia?” nasceu justamente com esse propósito: informar de forma leve, visual e acessível. E este post é um convite para você mergulhar ainda mais nesse universo fascinante.
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